segunda-feira, 20 de maio de 2013

Confuso



Não deixe que a saudade te sussurre alguma coisa precipitada
Não deixe o medo te deixar contando centavos de um final de noite
Não seja a bebida que resta no fim da sua festa
Eu não to aqui pra ajudar, mas
Essa é uma ode a razão, sim
Deixe a loucura pintar seus quadros e contar histórias num chafariz de uma praça
Deixe a loucura passar, que passa
E voa, e até ressoa na ponta de uma caneta embriagada
Daquela carta que você nunca vai entregar e o "eu te amo" que nunca chegou até a sua laringe
Acontece.

Não deixe de deixar um guarda-chuva na sua mochila, você sabe
Pode ser que chova
Mas deixe molhar um pouco só pra te lembrar, você sabe
Proteção demais enferruja
E falta de movimento também.

Um movimento sem jeito ajeitando o cabelo
E um movimento do quadril pra me deixar tirar sua calcinha
Tão mais do mesmo
E mesmo assim é assim que gente nasce
Pois é.

Não deixe então de saber que tudo talvez seja mesmo
Mesmo feito pra gente nunca saber
Afinal como saber sobre um mar em constante movimento
E como saber do movimento além do constante
Como ter certeza sobre a próxima onda
E você não vai deixar de mergulhar, vai?
Sem saber simplesmente é
A vida.

E só mais uma coisa
Não deixe de lembrar desse meu poema bobo da próxima vez que ver uma criança com medo de mergulhar
Sem saber, simplesmente é
Sabendo talvez nunca seja
Ou será que foi tudo uma viagem de domingo?
Vai saber...