quarta-feira, 19 de junho de 2013

À Queima Roupa




Um tiro cego e um suspiro no meio da multidão; quem é que vai ouvir? Ninguém ouve, só corre. Seus lenços vermelhos encharcados de esperança e vinagre, uma loucura de cada um cantada por todos, uníssona. Trezentos, cem mil, um milhão, não importa. Às vezes basta um grito e ele ecoará por toda a História, às vezes uma onda pode soterrar uma civilização, às vezes basta um olhar e aquela paixão à queima roupa te atinge no fundo do peito. E nessas horas amigo, não tem pra onde correr, não tem vinagre, não tem nada. Começou há mais ou menos dois anos, ali na Cinelândia mesmo, em frente ao Oden, e quem podia imaginar? Naquela época era só mais um maconheiro vestindo camisa do Che, hoje em dia é o Brasil acordando e eu e você dormindo. Mas tá tranquilo, antes tarde do que muito tarde. Porque a vida é imprevisível mesmo, e às vezes a arte é apenas não deixar o momento escapar.


Amanhã, Candelária, 17h.

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